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Câmara entrevista o ex-presidente da Fermag, Mario Araldi


Empresário contou sobre sua experiência à frente da empresa

14/04/2023

"Eu acredito que Minas pode ter o lugar dela na área industrial, com sucesso, porque eu vi o que o governo estadual está fazendo, investindo em melhorias, fazendo um trabalho muito bom que vai dar resultado para o estado. 

O engenheiro químico, conselheiro da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerias e um dos fundadores da FERMAG Ferritas Magnéticas, Mario Araldi, construiu uma carreira sólida embasada no tripé da gestão empresarial de sucesso: conhecimento técnico, método e liderança. Entre os instrumentos basais que aceleraram os negócios, ele aponta a atuação da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais e o trabalho conjunto entre entidades do Sistema Itália. 

 

Italia Affari: Quem é Mario Araldi?  

Sou italiano, da região da Lombardia, formado em Química Industrial. Em 1974 eu trabalhava em uma firma na Itália, quando surgiu uma oportunidade de vir para o Brasil, para montar uma fábrica. Eu vim, conheci minha esposa, Maria Cristina, aqui, casei e montamos a FERMAG, no interior de Minas Gerais. E esse foi o início de uma história que já dura mais de 40 anos. 

 

Italia Affari: Como o senhor iniciou sua carreira como empreendedor? E como surgiu o seu envolvimento com a Câmara de Comércio Italiana e outras instituições criadas para ajudar a comunidade italiana estabelecida em Minas Gerais? 

 Eu vim para o Brasil, montamos uma fábrica independente, as coisas estavam indo bem, vendíamos produtos para o mercado interno, para os EUA e outros mercados. Só que há um certo ponto a firma italiana tomou uma decisão estratégica de sair do Brasil.  Portanto, vendeu a parte dela para mim e, depois de 2 anos, eu comecei a comprar a parte dos sócios, incluindo o maior sócio, que na época era a Vale do Rio Doce A esse ponto eu fiquei à frente da empresa durante uns 10 anos. Depois, eu fiz a melhor venda da minha vida: vendi a empresa para os meus funcionários, que são atualmente os proprietários. Eu dei assistência por um certo período e, ainda continuamos ligados porque, agora, estamos em um novo projeto, juntos novamente. 

Nesse meio tempo, eu e alguns amigos começamos a pensar em fundar uma Câmara de Comércio em Minas Gerais. Mais tarde a Fiat entrou como associada, então iniciei a dialogar com eles, e acabou sendo a melhor fase profissional da minha vida, porque trabalhamos em muitos projetos em conjunto com a Fiat. Depois, juntamente com a Silvana Rizzioli, e o Picchioni montamos a ACIBRA, a Associação de Cultura Ítalo-Brasileira de Minas Gerais. O relacionamento era extremamente proveitoso, porque em volta da Fiat rodavam muitas empresas, então, essa Casa de Cultura teve um grande sucesso. Eu fiquei uns 10 anos na ACIBRA e foram 10 anos de sucesso, fizemos muitos espetáculos juntos. 

 

Italia Affari: Onde nasceu e qual o ramo de atividade da FERMAG, empresa que o senhor fundou? A fundação da FERMAG teve a ver com a chegada da Fiat a MG? 

 A FERMAG foi a famosa empresa que fornecia a matéria-prima para todo mundo, menos para a Fiat (risos). Porque fornecia para fabricantes de juntas para geladeiras. Depois, com a chegada da Fiat, iniciamos um relacionamento com eles na parte cultural, não tinha nada a ver com comercial. A FERMAG veio aqui por causa empresas fabricantes de linha branca. A gente fornecia praticamente 90% da matéria-prima para juntas de geladeira do Brasil. 

A FERMAG foi fundada em Belo Horizonte, mas o endereço era, como é ainda hoje, em Itabira, porque lá é que tem a mina de ferro, que a FERMAG pegava para transformar em ferrita, que era vendida aos produtores de juntas, que depois forneciam para os produtores de geladeira. Mas a minha ligação se consolidou com a Fiat, apesar de não termos nenhum relacionamento comercial. 

 

Italia Affari: Como evoluíram os trabalhos nos primeiros anos de criação a Câmara? Na sua visão, como a Câmara de Comércio pode garantir sua eficiência na missão de agregar valor aos associados? 

Minha exposição industrial, com a FERMAG, me colocou em contato com a Fiat e aí desenvolvemos, rigorosamente, programas culturais, nada a ver com comércio. E foram anos muito bons, porque os presidentes e diretores da Fiat, na época, eram todos interessados nessa área cultural. Começamos a estreitar o relacionamento, com essa Casa de Cultura, junto com a Silvana Rizzioli e foi por intermédio dela que eu conheci o Valentino Rizzioli, atual presidente da Câmara. E esse tornou-se um contato que durou para sempre.  

Eu acho que uma Câmara precisa de pessoas ativas! Eu tenho quase 90 anos, mas eu sou ativo, fui chamado para assumir um empreendimento, que já tem outras pessoas envolvidas, que foram chamadas para ajudar. Ou seja, eu estou preparando o meu futuro, continuidade 

 

Italia Affari: Por que a escolha de Minas Gerais para sediar a empresa? Houve incentivos dos governos na época para atrair investimentos ao estado? 

Minas foi escolhida porque a mina de ferro era em Itabira. Não houve incentivos governamentais, nada disso. Até que nasceram, espontaneamente, os herdeiros naturais, de dentro da empresa e que hoje estão indo muito bem. Eram funcionários. 

A Vale indicava sempre um presidente da FERMAG que tinha influência política. Mas isso durou pouco. A um certo ponto a Vale, como firma pública, fez um edital, mas não se apresentou ninguém. Então foi tudo tranquilo e eu adquiri a parte dela. 

 

Italia Affari: Como o senhor enxerga Minas Gerais, enquanto estado para se investir, trabalhar e empreender?  

Tudo depende do governo, do poder político. Por exemplo, agora, com o atual governador do estado, Romeu Zema, existe uma boa perspectiva, uma perspectiva positiva. Evidentemente, com esse governo atual, eu acredito que Minas pode ter o lugar dela na área industrial, com sucesso, porque eu vi o que ele está fazendo, vi uma entrevista sobre o anel rodoviário, está investindo em melhorias, está fazendo um trabalho muito bom que vai dar resultado para o estado. Então, eu fico satisfeito em ter montado uma firma aqui. E, se tudo der certo, vamos montar uma firma nova aqui também, em Lagoa Santa. 

  

Italia Affari: Quais são as vantagens competitivas que o senhor enxerga no estado? Como era o cenário econômico e empresarial no Brasil na época em que o senhor começou seus negócios? 

Eu acho que competitividade nasce a partir do que a empresa faz. Claro que se o governo ajuda é outra coisa, mas é o trabalho que uma firma faz, e se sobressai às outras, que gera uma competição normal, que gera competitividade. Podemos dizer que, com o Zema, essa competição é leal. E isso já é um grande passo 

No que diz respeito à infraestrutura hoje em dia é tudo tranquilo. Porque na época que eu vim, há mais de 40 anos, a infraestrutura era pouca, não tinha nada. Agora falta talvez um metrô, mas o resto já tem. Um anel rodoviário, as bases o governo Zema já está colocando em dia, então posso dizer que não falta mais nada. 

 

Italia Affari: Quais foram os maiores desafios ou dificuldades que o senhor enfrentou como empreendedor no Brasil? 

Eu não enfrentei dificuldades, porque meu sócio era a Vale. Mas a coisa tática era comigo. Nunca se permitiu a transmissão de informação tática pelo representante deles. Eles me chamavam para discutir. A Vale foi extremamente linear comigo. Quando eu ia nas reuniões no Rio de Janeiro a conversa era rigorosamente tática. 

 

Italia Affari: Quais foram os principais segredos ou estratégias que o senhor e a empresa usaram para o sucesso do negócio no Brasil? O que o manteve motivado e inspirado para continuar crescendo e desenvolvendo aqui? 

A principal estratégia foi ser empresa atuante no livre mercado. Ou seja, mercado livre, tudo absolutamente livre. Como eu negociava com firmas estrangeiras, porque a gente exportava, vendíamos para os EUA, para a Europa, a FERMAG controlou essa linha por muitos anos, controlou o mercado em toda a América do Sul. Mas, nisso não havia interferência da Vale, porque isso ia contra os meus princípios. 

Então, as estratégias de sucesso foram os mecanismos naturais da empresa. Eu fui sócio da Vale, por alguns anos e nunca tivemos uma discussão. A Vale era inteligente a ponto de entender que o que eu falava, do ponto de vista técnico, ela não podia contestar e, de outro lado, que ela não podia propor interferência política, pois eu não teria aceito. 

  

Italia Affari: Como o senhor lidou com a concorrência em seus negócios? 

 Até tinham concorrentes, mas não me incomodaram. Depois que a Vale saiu tivemos o problema de segurança de mercado. Então, eu montei uma fábrica muito limitada de óxido de ferro, não fazia ferrita, mas em um certo aspecto era um pouquinho concorrente da minha firma, a FERMAG. 

 

Italia Affari: Quais foram as principais mudanças que o senhor observou no Brasil durante esses anos? E como o senhor se adaptou a essas mudanças no ambiente empresarial? 

 Eu cheguei no Brasil em 74. As principais mudanças ocorreram quando mudaram o governo militar, houve uma série de mudanças. Eu, pessoalmente, não fui afetado, porque a minha era uma indústria que era independente de qualquer mudança. Eu gostei mais da liberalidade dos governos não militares que entraram, apesar que os militares nunca me fizeram nada, nunca criaram problemas. Para outros empreendedores, talvez, mas para o meu negócio não fazia diferença, se eram governos militares ou não militares.  

As mudanças no ambiente empresarial não afetaram meu negócio, mas eu enfrentei dificuldades internas, ligadas à minha empresa, de competitividade da minha firma porque, como em todos os negócios, quando uma empresa vai razoavelmente bem, tem sempre alguém que quer montar alguma coisa em paralelo. Mas nunca conseguiram, tanto que ainda hoje a FERMAG continua indo muito bem. A mesma linha que eu tinha, hoje ganha muito mais do que eu ganhava. E estão até melhores e, agora, o mercado está livre. 

 

Italia Affari: Qual é a importância da inovação nos negócios e como uma empresa pode promover a inovação no negócio e na equipe? 

 Isso é importante. Inovação é importante. O segredo é, simplesmente, se antecipar, como empresa, às inovações.  

De outro lado, eu noto no poder público, que para se iniciar um empreendimento, por um problema estatutário, a empresa não pode participar de negócios fora da linha política. Claramente dão a preferência a quem tem mais que um currículo 

 

Italia Affari: Qual a importância para as empresas, em manter constante diálogo com a Câmara de Comércio? No seu ponto de vista, como a Câmara Italiana ajuda a criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de novos negócios?  

 A Câmara de Comércio é importante pelo que ela representa. Ou seja, a Câmara tem a função de colocar à vista, produtos que, em condições normais, teriam dificuldade. A Câmara de Comércio deveria manter uma ponte de diálogo.  

E, em caso de competição, o trabalho de uma Câmara de Comércio, como “ente público”, é dar um guarda-chuva para cada um. Depois, se vão ou não usar, não vem ao caso. Mas, o guarda-chuva tem que ser do mesmo tamanho. É isso que uma Câmara deveria fazer, quando

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